Eu caminhava pelas ruas como um maltrapilho,
Eu buscava alguma ajuda pra sobreviver.
Eu tive fome, tive sede, senti dor,
Gemi de frio num papelão a me agasalhar.
E tu me vias lá, nem sequer um olhar me davas,
e a dor que mais me doía era a tua indiferença.
Tu que dizias crer nas palavras que eu deixei
e ao orar sempre declaravas que Eu era teu Senhor.
Mas não me vias no rosto de cada pobre que sofria,
pedindo algo pra comer, alguma coisa pra beber.
Não me enxergavas atrás das grades que me aprisionavam,
nem quando nu me vias gemer.