Acabou a puberdade
E com ela a necessidade
De pedir as chaves emprestadas
De deixar as portas trancadas
Eu já nem me lembro bem
Da primeira vez que eu dei
Eu já nem me lembro bem
Agora sei que o amor
É um sabonete dentro d'água
Quanto mais a gente agarra
Mais ele nos escapa
Agora sei que é bom
Que ele seja sempre novidade
Ainda que a gente saiba
Que é uma velha novidade
É preciso jogar os sonhos fora
E preparar o próprio funeral
Qualquer dos dois que vá embora
Pros dois o luto é igual
Agora sei que o amor
É um sabonete dentro d'água
Quanto mais a gente agarra
Mais ele cai da nossa mão
Agora sei que é bom
Que se perca a ingenuidade
Ainda que a gente queira
Acreditar em ilusão
É preciso jogar os sonhos fora
E preparar o próprio funeral
Qualquer dos dois que vá embora
Pros dois o luto é igual
Acabou a puberdade
Essa é a nossa casa
E não a dos nossos pais
Vamos deixar pra trás
Toda forma de dor
Vamos deixar pra trás
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