Uma tigresa, de unhas negras
e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza
que me aconteceu
Esfregando a pele, de ouro marron
do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom
e o bem cruel.
Enquanto os pelos dessa deusa
tremem ao vento ateu
ela me conta, sem certeza,
tudo o que viveu.
Que gostava de política em 1966,
e hoje dança no Frenetic Dancing Days.
Ela me conta que era atriz
e trabalhou no Hair.
Com alguns homens foi feliz
com outros foi mulher.
Que tem muito ódio no coração,
que tem dado muito amor,
espalhado muito prazer e muita dor.
Mas ela ao mesmo tempo diz
que tudo vai mudar.
Porque ela vai ser o que sempre quis,
inventando um lugar,
onde a gente e a natureza feliz
vivam sempre em comunhão,
e a tigresa possa mais de que o leão
As garras da felina me marcaram o coração
mas as besteiras de menina,
que ela disse não.
E eu corri para o violão, num lamento,
e a manhã nasceu azul.
Como é bom poder tocar um instrumento.