(intro)
Encontrei o meu pedaço na avenida de camisa amarela
Cantando a Florisbela, oi, a Florisbela
Convidei-o a voltar pra casa em minha companhia
Exibiu-me um sorriso de ironia
E desapareceu no turbilhão da galeri - a
Não estava nada bom, o meu pedaço na verdade
Estava bem mamado, bem chumbado, atravessado
Foi por aí cambaleando se acabando num cordão
Com um reco-reco na mão
Mais tarde encontrei num café zurrapa do Largo da Lapa
Folião de raça bebendo o quinto copo de cachaça
Isso não é chala ça!
Voltou às sete horas da manhã mas só na quarta-feira
Cantando "A jardineira", oi, "A jardineira"
Me pediu ainda zonzo um copo d água com bicarbonato
O veu pedaço estava ruim de fato pois caiu na cama e não tirou nem o sapato
Roncou uma semana
Despertou mal-humorado
Quis brigar comigo
Que perigo, mas não ligo!
O meu pedaço me domina
Me fascina, ele é o tal
Por isso não levo mal
Pegou a camisa, a camisa Amarela botou fogo nela
Gosto dele assim
Passou a brincadeira e ele é pra mim,
meu senhor do bomfim
Morena boca de ouro que me faz sofrer
O teu jeitinho é que me mata
Roda morena, vai não vai
Ginga morena, cai não cai
Samba, morena, e me desacata
Morena uma brasa viva pronta pra queimar
Queimando a gente sem clemência
Roda morena, vai não vai
Ginga morena, cai não cai
Samba morena, com malemolência
Meu coração é um pandeiro
Gingando o compasso de um samba feiticeiro
Samba que mexe com a gente
Samba que zomba da gente
O amor é um samba tão diferente
Morena samba no terreiro
Pisando vaidosa, sestrosa
Meu coração,
Morena, tem pena
De mais um sofredor que se queimou
Na brasa viva do teu amor
Padabada-padabadabada-badaba
Padabada-padabadabada-badaba
Padabada-padabadada