O amor aconteceu
De novo aquela hora
Naquele verbo agora
Olhando pela fresta da tarde
Quando tudo cresceu
Não pude perceber a cor precisa
E distinguir o amor do alarde
Verdade
A língua que tá presa na senzala
A solidão não deve usar bengala
Verdade
Me disse que o amor não segue escala
Invade, o quarto, a madrugada e fala
Saudade
O amor interrompeu
De novo aquela hora
E agora o verbo adora
E o fim da nossa festa que aguarde
O choro que era meu
Foi triste mas não era dor
Tapa de luva de uma flor não arde
E a arte
A cédula que vale em qualquer parte
O sol que brilha muito além de marte
te
Que em mim diariamente se reparte
E parte
Deixando escrito no infinito
Saudade
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