Saga da Amazônia
Vital Farias
Cifras

  (DECLAMADO)
Só é cantador quem carrega no peito o cheiro e a cor de suas terras,
  (DECLAMADO)
a marca de sangue de seus mortos e a certeza de luta de seus vivos 
  (Sib Mib Sibº Sib)
Era uma vez na Amazonia a mais bonita flores  ta
 ( Sib Mib Sibº Sib)
mata verde, ceu azul, a mais imensa flores  ta
  (Sib Fa Mib)
No fundo d'agua as iaras, caboclos, lendas e mágoas
 ( Sibº Mibº Solm)
e os rios puxando as á        guas 
  (Sib Mib Sibº Sib)
Papagaios, periquitos cuidavam de suas co   res
  (Sib Mib Sibº Sib)
Os peixes singrando os rios, curumins cheios de amo  res
 ( Sib Fa Mib)
Sorria o jurupari,o uirapuru seu porvir
  (Sibº Mibº Solm)
era flora, fauna, frutos e flo   res 

  (Solm Dom Miº Solm Solm Dom Miº Solm)
Toda mata tem caipora para mata vigiar
  (Solm Dom Miº Dom Solm Dom Miº Solm)
veio um caipora de fora para a mata definhar 
  (G#º F#º Ebo Eo)
e trouxe dragão de ferro pra cumê muita madera
  (Ebo Eo C#7 F#)
e trouxe estilo gigante pra acabar com a capoeira 

  (Solm Dom Miº Solm Solm Dom Miº Solm)
Fizeram logo um projeto sem ninguém testemunhar
  (Solm Dom Miº Solm Solm Dom Miº Solm)
para o dragão cortar madeira e toda mata derrubar
  (Dom Solm Re Solm)
se a floresta meu amigo tivesse pé pra andar
  (Dom Solm Dom Re Mibº)
eu garanto meu amigo com o perigo nao tinha ficado lá 

 ( Solm Dom Miº Solm Solm Dom Miº Solm)
O que se corta em segundos gasta tempo pra vingar
  (Solm Dom Miº Solm Solm Dom Miº Solm)
e o fruto que dá no cacho pra gente se alimentar
  (Dom Solm Re Solm)
depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar
  (Dom Solm Dom Re Mibº Solm)
Igarapé e rio abaixo, tem riacho e esse rio que é o mar 
                    (2x)

 ( Solm Dom Miº Solm Solm Dom Miº Solm)
Mas o dragão continua na floresta a devorar
  (Solm Dom Miº Solm Solm Dom Miº Solm)
e quem habita essa mata pra onde vai se mudar?
 ( Dom Solm Re Solm)
corre indio, seringueiro, preguica, tamanduá,
  (Dom Solm Dom Re Mibº Solm)
tartaruga, pé ligeiro, corre-corre tribo dos camaiurá 
                   (2x)

  (Sib Sib7 Mib)
No lugar que havia mata hoje há perseguição,
  (Sib Fa Sib)
grileiro mata posseiro só pra lhe roubar seu chão
  (Sibº Reº Faº Mibº)
castanheiro, seringueiro ja viraram ate pião
  (Dom Solm La7 Re)
afora os que já morreram como aves de arribação,
  (Dom Solm Dom Solm)
Zé de Nana tá de prova naquele lugar tem cova,
  (Mib Sibº Re)
gente enterrada no chão 

  (Solm Miº Solm)
Pois mataram indio que matou grileiro 
  (Miº)
que matou posseiro
  (Solm Miº)
disse um castanheiro para um seringueiro 
  (Solm Mibº Solm)
que o estrangeiro roubou seu lugar 

(2x)

 ( Sib Mib)
Foi então que um violeiro chegando na região,
  (Sib Fa Sib)
ficou tão penalizado que escreveu esta canção,
  (Sib7 Mib)
e talvez desesperado com tanta devastação,
  (Re Solm)
pegou a primeira estrada sem rumo sem direção
  (Sib Mib)
com os olhos cheios de água sumiu levando essa mágoa
  (Re Solm)
dentro do seu coração 
                     (2x)

 ( Sib Mib Sib)
E aqui termina essa estória para gente de valor,
  (Sib Mib Sib)
pra gente que tem memoria muita crenca e muito amor,
  (Sib Fa Mib)
pra defender o que ainda resta sem rodeio e sem aresta 
  (Sibº Fa Sib)
era uma vez uma floresta na linha do equador