Que folha é essa que o vento carrega
É carta anônima que o tempo entrega
É giro continuo de roda gigante
Paixão sem sujeito, traição sem amante
Que moça é essa que o sonho idolatra
É boca sem beijo é saudade que mata
É rastro que esconde atrás da poeira
É rosa que nasce, que enfeita e não cheira
Deixa, que a água passe embaixo da ponte
A timidez do sol atrás do horizonte
Que a terra em silêncio fotografe a lua
Deixa, o sangue feito água, mineral na veia
Aranha é pequena e o homem teme a teia
Eu temo em sentir um dia a falta sua