Hoje o mundo a minha concha será
Vou conhecer o que há
Vou lançar meu avião de papel
Pra conhecer o céu
Vou escolher na aquarela o azul
E pingar a tinta branca em estrelas
Vou com meu submarino pra ver
Encontrar com você
Vou desenhar meus pés descalços na areia
Vou fazer uma canção que fale do que não há
Vou correr em campo aberto e olhar
Onde a vista alcançar
Vou chamar os meus amigos pra festa
Dentre eles a minha solidão
Vou brindar toda essa vida que resta
Segurando sua mão
E se eu acreditar
Que o horizonte não tem fim?
Quem sabe eu devo estar
Tão em você quanto você em mim
Eu sou tudo o que é indizível
A solidão que esculpe o homem
A calma nos dias de chuva
Eu sou
Eu...
Os poetas da cidade Vazia
Já não escrevem mais
Os palhaços que outrora sorriam
Já não têm ideais
Mas se engana quem duvida de mim
Meu submarino amarelo continua ali
Nos Buarques, Velosos e Jobins
Poesia na vida
Até o trem partir
E se eu acreditar
Que o horizonte não tem fim?
Quem sabe eu devo estar
Tão em você quanto você em mim
Eu sou o frio da primavera
O náufrago por opção
Sou a memória da saudade
Eu sou
Queria acreditar na vida
(A testemunha de quem ama)
Na confiança das pessoas
(Eu sou os ombros dos gigantes)
Que o amor é condição pra tudo
(a lágrima que cai primeiro)
Que amigo é diamante raro
(o tom que bate o coração)
Quem é que são os teus gigantes?
(As palavras que eu nunca encontro)
Se eu sei que tudo um dia vai passar
E passa assim como essa hora
Eu sei
Eu não...
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