Na BR que vai pra Goiânia, pela 153
Foi num posto de beira de estrada
Vou contar o que eu presenciei
Uma moça também de passagem
Maltratava um rapaz cortês
e na lanchonete do posto
Sem demora eu aproximei
Para ouvir de quem era a razão
Naquela ocasião a conversa escutei
( )
Era um moço que chegava a pé, caminhando pelo acostamento
E a moça dizendo ser rica
Num estranho comportamento
Vendo ele bem sujo e rasgado
Ela usou um pesado argumento
Foi dizendo aqui não é chiqueiro
Para um porco pedir alimento
Quero agora deixar meu protesto
Porque eu detesto ver homem nojento
( )
A resposta do moço foi calma, senhorita preste atenção
Porque minha jornada a pé
Tem profunda explicação
Venho vindo de terra distante
Pra cumprir minha séria missão
Meu filhinho estava doente
A ciência não deu solução
Pra senhora eu digo a verdade
Vou indo a trindade só por devoção
( )
Venho vindo de ribeirão preto, caminhando a várias semanas
Por milagre meu filho sarou
Eu não tive a sorte profana
Sou fiel pagador de promessa
E comigo você se engana
Não é porco o meu apelido
Lá na região de serrana
Eu não quero ser um convencido
Mas sou conhecido como rei da cana
( )
Mil alqueires de cana plantada, Só em uma das propriedades
Também tenho usina de açúcar
Muito luxo e muita liberdade
Porém isso não tira o direito
De fazer a você caridade
Vou pedir ao santo divino
Quando a pé eu chegar em trindade
Para pôr em seu coração
Muita compreensão e bastante humildade
( )