Intro:
Um tem alma de invernada e no lombo de uma gateada tem o mundo nas esporas
Tem o canto por sustento e copia o assovio do vento quando a tropa estrada a fora
Sabe de tropa estourada das rondas nas madrugadas cuidando o gado de perto
Sabe seguir de fiador quando acaba o corredor pra achar o atalho mais certo
O outro tem alma na proa e leva à noite a canoa, onde o sangrador deságua
Sabe dos vaus e das canchas e que a lua se desmancha quando o remo bate n água
Quem conta estrelas no céu enquanto estende espinhel nos galhos dos sarandis
Embala o corpo e a vida numa canoa sofrida que ainda sabe aonde ir
Refrão:
Por isso que campo e rio e campeiro e pescador
sabem que a paz é um momento em que a vida na voz do vento leva a gente aonde
for
Quem é de campo bem sabe o destino que lhe cabe de encilhar a vida inteira
banca o cavalo no freio e aperta bem os arreios pra apear só nas porteiras
quem é de rio sabe as sedes, sabe os remansos e as redes e as cheias que o rio tem
mas também sabe os pesqueiros quando o tempo por matreiro nos leva a vida também