É dia de marcação nos varzedos do Sodré o sol ainda cochila a peonada já está de pé
na picumã galponeira Hay mate e prosa sincera E algum cuspidor dando fé
Não alonguem a conversa "temo" muito que lidar "Damo" de mão nas trançadas
Parando de chimarrear E um tilintar de chilena
É sinal de que os ventenas tão não forma pra enfrenar
Apura! Pega esse baio, ou quem sabe o alazão
Só deixa o gateado ruano que é o cavalo do patrão
Encilha e já quebra o cacho "Largamo" lançante abaixo repontando a criação
Coisa lindaça uma estância Atopetada de vaca
A peonada anda loca com os "zóio" que é umas pataca
Gado parindo em ninhada Nunca se viu tanta rês
Se finca o pé nas macegas, te jogo que salta três
( )
Tem um tourinho matreiro Pelo chircal amoitado
Mas não se dobra um campeiro com um cusco bueno do lado
Vem do peito um sapucaí O gado vai que só vai É "upa" e já está encerrado
As marcas já tão no fogo "Vamo" largar companheiro Não perca o tempo do pealo
Que o serviço anda ligeiro Pra fuzarca da indiada que arrisca um gineteada
"deixamo" os mais caborteiros
Faca afiada a capricho Serviço feito no chão Cai touro, levanta boi É a sina da
castração
Depois de um lote tratado O meio dia é sagrado para o descanso do peão
Refrão
Na mesa bóia campeira Pra repor as energias Tem carne gorda pingando
E sinhá Marica anuncia Mondongo à moda da casa
Colhão de touro na brasa e um vinho pra companhia
Não se passem gurizada Que tem serviço em seguida Deixemo abaixar a bóia e demo
de volta pra lida
La na invernada do fundo só tem terneiro taludo E as grotas são desgranidas
A tarde cruza a galope A noite vai se chegando É só largar esse gado
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E a jornada vai findando Já chora uma viola amiga Agora é trago e cantiga
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Amanhã "seguimo" botando
Coisa lindaça uma estância Atopetada de vaca
A peonada anda loca com os "zóio" que é umas pataca
Gado parindo em ninhada Nunca se viu tanta rês
Se finca o pé nas macegas, te jogo que salta três
É dia de marcação nos varzedos do Sodré