Às vezes fico
No alpendre da fazenda
Contemplando a vivenda
Onde eu era tão feliz
E bem na frente
Um barranco ao pé da estrada
Foi passagem de boiada
Tão pisado o chão me diz:
Por quê?
Por quê você mudou?
Por quê se afastou de mim?
*
Eu sou apenas uma estrada
Não sou mais pisada
E tão abandonada, enfim.
Eu sou apenas
*
Uma estrada
Não sou mais pisada
E tão abandonada, enfim.
O que me adianta
Esse alpendre da fazenda
Que eu troquei pela vivenda
Por ser tão cheia de pó
Mas era um pó
Cheio de felicidade
Hoje é o pó da saudade
E eu chorando aqui tão só.
Eu sei, eu sei qual a razão
Pois o meu coração me diz
*
Mas quando eu pego na viola
Ela me consola
Ela é que me faz feliz
*
Mas quando eu pego na viola
Ela me consola
Ela é que me faz feliz
(repete intro e termina)