Intro:
Ainda tenho a boca invadida pelo gosto
Amargo deste álcool segregado do teu corpo
Pelo meu
Solucei no escuro esperando qualquer coisa
Decerto me contive ao saber da violência
Do que eu sinto
Eu procurei um pouco da tua voz ainda que tarde
Em algum lugar vazio entre mim e a solidão
Perto só a vontade de pintar no chão da sala
Você de corpo inteiro e dormir com as minhas mãos
Nas tuas
Espero insone e grave pelo fim dessa semana
Nas pontas dos meus dedos impressões do teu regresso
Que eu finjo perceber
E dentre as poucas coisas que eu calo não sepulta
Sorrisos destilados de abraços doloridos
De saudade
São tantos gritos surdos que eu esqueço que o silêncio
Ainda é a maior parte do espaço ao meu redor
Madrugada se disfarça com a empáfia que me é própria
Em lençóis desarrumados contornando o teu suor
Mas sei que é chuva
Mas quando vens de volta, tudo é riso, tudo é festa
Tudo se dissipa fácil quando vens
Lamento ter escrito a beleza dos meus versos
Nas cinzas espalhadas do resto que ficou
( )
De mim