(intro)
(solo viola)
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B|7|
Eu dou motivo pra me chamar de caipira
Mas continuo lhe tratando de senhor
Eu não me zango, pois não disse uma mentira
Pelo contrário isso até me da valor
Sua infância foi lições de faculdade
Na realidade hoje é grande doutor
Não tive estudo minha escola foi trabalho
Desbravando meu sertão no interior
(solo viola)
Foi importante eu ter feito essa viagem
Pois conheci essa frondosa capital
Estou surpreso vendo tanta aparelhagem
Para o senhor isso tudo é normal
Sou o paciente que o destino lhe oferece
Não me conhece como um profissional
Lá onde eu moro o senhor se sentiria
Como eu me sinto aqui nesse hospital
(solo viola)
Lá eu domino aquele incêndio alastrado
Que sendo um raio deixa fogo no espigão
Se der um golpe em um jatobá airado
Eu sei o lado que a árvore cai no chão
Sou especialista em mata-burros e porteiras
Sei a madeira que se usa no mourão
Vamos comigo ver meu mundo a céu aberto
Onde o trabalho também é uma operação
(solo viola)
Todas as vezes que me chamam de caipira
É um carinho que recebo de alguém
É uma prova que a pessoa me admira
E nem calcula o prazer que agente tem
Doutor agora nos já somos bons amigos
Vamos comigo conhecer o meu além
Para dizer que sou caipira da cidade
Mas lá no mato eu sou um doutor também