Como é bonito se chegar numa fazenda dando ô de casa e o peão caseiro receber
Dizendo apeia companheiro e vá chegando que no galpão tem água pura pra beber
O índio apeia e vai tirando o chapéu cumprimentando assim todos de mão em mão
E em seguida desencilha e larga o pingo e se aprochega pra roda de chimarrão
(são costumes dos meu pago velho rio grande campeiro
Não me canso de cantar esse garrão brasileiro)
Como é bonito reparar lá mangueira um piazinho dando pealo de cucharra
A cachorrada quando ia espantando o gado e a peonada no serviço em algazarra
Tiro de laço é lindo de sobre lombo conforme o tombo pode até quebrar a rês
E se quebrar sempre se aproveita a carne e se reparte com os vizinhos outra vez
Como é bonito uma família gaúcha e la pucha sou suspeito pra falar
Pois o respeito se aprende desde pequeno a ouvir calado o que os grandes tem pra contar
Como é bonito a benção que se pede aos pais e o beijo amigo que a mãe dá antes de deitar
É mesmo lindo ver o guri levantar-se e insistindo pro mais velho se sentar
Como é bonito se escutar de madrugada uma cordeona e um violão dando gemido
Pois se sonha mesmo estando acordado e se encontra tudo que já foi perdido
Como é lindo reviver os bons momentos de alegrias e vitórias conquistadas
De madrugadas mal dormidas e vividas e o pensamento nos braços da prenda amada
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