Era tarde, bem tarde da noite
Doze horas no grimpo bateu
O silêncio reinava na terra
Quando o mocho agoreiro gemeu
Milosina és um astro vibrante
A estrela do céu mais luzida
Vens pois dar Milosina ao poeta
Doces beijos de amor, hó querida.
Triste vida se passa na terra
Quem não ouve o rufar do tambor
Quem não grita na força da guerra
Ai amor, ai amor, ai amor!
Hó meus Deus que sorte é a minha
Que no mundo não posso te amar
Mais prometo, te afirmo e te juro
Que constante hei de te adorar
Aonde vai Milosina tão tarde
Aonde vai o meu doce penhor
Ainda ontem te vi tão formosa
Hoje deixas teu leito de dor.
Já não pia o triste agoureiro
A minha alma se torna descrida
A mulher do meu sonho primeiro
Já se acha no leito sem vida
Só na guerra se acaba a vaidade
Só na guerra se sente o viver
Só na guerra aumenta a saudade
Só na guerra não custa morrer.